Toxina Botulínica

botoxA toxina botulínica, é uma das mais potentes toxinas bacterianas conhecidas, é produzido pela Clostridium Botulinum, uma bactéria anaeróbia Gram-positiva. Ela bloqueia a liberação de acetil colina na junção neuromuscular sem alterar a condução neural de sinais elétricos. A toxina inibe a liberação de neurotransmissores moduladores da dor e inflamação, localizados principalmente na medula espinhal e nervos periféricos. A injeção muscular, em dose e localização apropriadas, provoca denervação química parcial e diminuição da contratura, sem ocasionar paralisia completa.

Comercialmente as toxinas botulínicas dos tipos A e B são agentes biológicos obtidos laboratorialmente, sendo substâncias cristalinas e estáveis, liofilizadas, associadas à albumina humana e utilizadas, após diluição, em solução de NaCl a 0,9%.

A ação no músculo esquelético tem seu início em alguns dias se estendendo, em alguns casos, em até duas semanas. Uma vez instalado, o efeito perdura por seis semanas a seis meses, em média por quatro meses.

Inicialmente foi usada para tratamento da distonia e espasticidade, relacionadas com patologias centrais e periféricas. Mais recentemente o uso da toxina botulínica no tratamento da dor tem ganho espaço e muitos estudos têm mostrado segurança e efetividade. O tratamento com toxina é indicado em casos complexos, quando as terapias convencionais não apresentam resultado.

Indicações:

Cefaleias: enxaqueca, cefaleia tensional, cefaleia cervicogênica.

Dor neuropática: neuropatia pós herpética, neuropatia diabética, neuralgia do trigêmeo, síndromes compressivas.

Patologias músculo esqueléticas: epicondilite lateral, fascite plantar, lombalgia, osteoartrite.

Artigos:
Botulinum neurotoxin type A for the treatment of pain: not just in migraine and trigeminal neuralgia.
Sandrini et al. The Journal of Headache and Pain (2017) - DOI 10.1186/s10194-017-0744-z
Use of botulinum toxin in musculoskeletal pain. Singh JA, F1000Research 2013, 2:52 (doi: 10.12688/f1000research.2-52.v2)